O vento iconoclasta desta vez
Abate numa estupidez bravia
O velho molongu de Santa Inês
Osculada por sóis e por luares
À fronde majestosa se devia
O respeito das coisas seculares
Confidente do povo, enorme amigo
Coisas boas e más, ele assistiu
Nunca as disse, guardou, levou consigo
Confidências inúmeras que ouviu
Dava sombra a felizes e infelizes
E agora, expondo ao sol velhas raízes
Um vendaval tremendo o derrubou
Aqui, neste recanto da república
Mais outra testemunha em praça pública
De coisas que o passado carregou
Deixa saudades esta árvore imponente
Que passou por aqui fazendo o bem
A guardar os segredos desta gente
Que não guarda segredos de ninguém
Agora, após consultar o Aurélio, depois de trinta e oito anos, descobri que o nome da árvore é Molongó e não Molongu. Só que, cresci com esse som, e não vou mudá-lo assim, por mais que os letrados me provem o contrário. Esta árvore, extremamente frondosa, era ponto de encontro dos habitantes de Santa Inês, cidade do interior baiano que, em outros tempos, era a sede do distrito Olhos D´Água, hoje a cidade Cravolândia, terra natal do meu avô Zé Ribeiro e do meu pai. Um dia, um tremendo vendaval botou-a no chão. Este fato, inspirou os versos deste poema.
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