quinta-feira, 19 de abril de 2007

O BLOG DE EDMUNDO - Papos com Adriano I I I


Elucubrações Sobre o Vaso e Outras Sandices
Isto é por minha conta.
"Aonde de Biquine, Num Golpe Baixo e Traiçoeiro de Seu Coração de Pedra, Chuta Sem Remorso os Quimbas de Zé Boré"
SSA, 18/04/07


Tedinho,

Algumas considerações.

Em primeiro lugar, quando me fez o convite para participar deste marcador, afirmou que dividiriámos a lavagem de roupa no privado, disse-me: - Surja! Eis que surge agora você querendo espremer a roupa no blog. Se algum louco tiver dando atenção às nossas palavras, com certeza não vai querer saber que chuto seu fígado enquanto você assiste ao seu Vicetória (desculpe, agora lembrei que o nome é vitória, é que só não me lembro do título). Muito menos que você nunca fecha a torneirinha da ducha do vaso, deixando-a pingando até que Mame Blue declare estado de calamidade pública na casa devido a enchente no banheiro. Isto deixemos pra nós que já vivemos por nos engalfinhar. Poupemos os nossos heróicos leitores, se é que eles existem, de tais banalidades. Inclusive porque, reivindicar lugar no sofá para assistir a um filme deitado é inútil para quem, sempre que lá está com tal finalidade, dorme no meio e deixa pra mim a responsabilidade de desligar a tv, o dvd e o som, poupando nossos ouvidos dos mais que corretos carões de Lourdinha.

Acho boa a idéia do próprio leitor descobrir o lugar onde a expressão "em tempo" deve ser inserida. É isso que dá não ouvir o poeta. Agora me vejo envolto à explicações.

Lendo a sua resposta, pus-me a refletir que sob sua influência, muita coisa na vida peguei de você. Já dizia Carosinho nosso pai: Filho só puxa a pai quando é ladrão de cavalo. Pois é, fui logo imitar do irmão este péssimo hábito de digitar com um só dedo. Como não escrevo na mesma intensidade que você, ainda não me acometi da L.E.R mas adoro ler as suas publicações. O sabão do Seará está massa. Ver o seu blog no ar, me deixou com vontade de fazer o meu, pelo menos algo de bom.

Falando no Costa Azul, este bairro que aprendi a amar, nestes doze anos que moro por lá, vale uma reflexão. Nunca o vi deste jeito, com um lado chato. Talvez me passe desapercebido algum detalhe, mas não concordo com você, gosto dele por inteiro. Infiltrado no meio de uma grande metrópole, traz no seu coração, aspectos nostálgicos das cidades do interior por onde morei.

E, por último, Aline é a mãe. Não me force a chamá-lo de Zé.

Um beijo

Adriano

SSA, 19/04/07


Velho Diu:


Reconheço que prometi lavar a roupa suja no privado, exatamente por saber que na privada – como estamos fazendo agora - seria bastante desapropriado em virtude de termos muita roupa e, proporcionalmente, quase nenhuma sentina (dessa vez fui longe, deve ter uns 40 anos que não ouço esse termo). Porém querido irmão, desespero faz o freguês. E não vi outra alternativa para resolver o problema do sofá a não ser expondo as entranhas do assunto em praça pública. Quem sabe você não se sensibiliza e consigo algumas migalhas do dito.

Só não entendo porque o fato de uma fraqueza minha ter que, necessariamente, corresponder à uma sua, em maior proporção, já que isto não é um concurso de vingança. Por isso mesmo, estranhei seu golpe baixo e desnecessário ao fazer alusão à ducha do vaso (eita que o trono anda onipresente nesta postagem!), principalmente por não fazer o adendo de que você também a deixa aberta. Não tanto quanto eu, confesso, mas o mínimo necessário pra não lhe dar moral nenhuma pra falar de meu dilúvio, ainda mais, cuspindo no prato em que aqui come, já que me ofende e destila suas maldades onde sou o anfitrião que, de peito aberto, lhe recebe.

Por outro lado, e ainda no mesmo lado da questão moral, se os fundamentos da Estatística merecem crédito, aonde eu mando enfiar a curva ascendente, quase íngreme, produzida por seu sono nas vezes em que – desde que moramos juntos e, sem exagero nenhum, ao longo de 90% das noites desse período – você deixa tv, dvd, luz e ATÉ CIGARRO(!) ligados, sem contar a pobre da Lourdinha afônica de tanto reclamar junto aos seus ouvidos de mercador?. Só não me mande enfiar no buraco do sofá que você incendiou com seu cigarro no último porre porque, mesmo para um gráfico estatístico, existem orifícios mais apropriados.

Agora tenho certeza absoluta de que tem louco lendo a gente. Ou melhor, pelo menos, duas adoráveis loucas que deram o ar da graça nos comentários de nossa última postagem. Pelo menos uma delas descobriu aonde deveria enfiar o “em tempo” por mim sugerido a você numa conversa fora do blog; espero que ela tenha o mesmo talento para indicar destino aos gráficos. Como vê, não somos os únicos desmiolados por aqui.

Mas juro que, exceto na condição em que venha me sentir ameaçado em meus parcos direitos de recém morador da sua taba, não voltarei mais à roupa nesse marcador.

Eu fico feliz de que meu blog tenha lhe incentivado a fazer o seu porque tenho me deliciado de verdade com o seu talento pra contar, seu quase-maduro domínio sobre o texto, coisas que eu não conhecia. Com certeza vale a pena ir lá e conferir.

Quanto ao Costa Azul, sou meio dividido mas não ligue não. É como dirigir. Passo semanas barbeiro e semanas craque no volante. Existem períodos em que morro de amores pelo bairro, por sua cara de cidade de interior, suas feirinhas – que adoro – seus bares aconchegantes, mas passo tempos fugindo de lá. Só que sei que o problema não está no bairro mas em mim que sou um ser indecifrável que vomita ao ver alguém comendo sólidos de colher e que nunca conseguiu gostar do Rio Grande do Sul sem ao menos ter ido lá uma veizinha só.

Beijos

Edmundo Carôso

P.S.: Só não lhe digo quem é Zé porque, infelizmente, sua mãe não é o Bahia.

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