quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

DIÁRIO DE FÉRIAS - Belém - 4º dia

Melhor seria dentro do carro

Esse dia para mim começou com muita emoção. Às 5hs já estava de pé e arrumado. Com uma ansiedade louca. Parecia que era meu o primeiro dia de aula. Na verdade era a "ficha caindo". O ato de deixar Júlia no colégio seria a confirmação final que ela ficaria morando em Belém. Peguei ela em casa e, junto com sua mãe, fomos levá-la ao seu primeiro dia de atividades escolares. Com mais de uma semana de atraso. Nunca vou esquecer esta imagem. Ela estava linda com seu novo uniforme e com uma carinha muito boa. Parecia estar gostando de tudo. Fiquei feliz por ela, mas aquele fio de tristeza, insistia em tecer sua teia no meu coração.

Depois que Júlia atrvessou o portão, Cynthia me levou para conhecer um pouco mais de Belém. Tenho que confessar: gostei muito do que vi. Como toda grande cidade, ela tem seus problemas. Poderia estar um pouco mais limpa e melhor cuidada. Seu trânsito e meio louco embora quase não tenha visto engarrafamentos por lá. O problema está na forma que o belenense dirige. Direção ofensiva, onde se aplica a todo instatnte a famosa "lei de Gerson". Isto inclusive me fez lembrar de Salvador, até já escrevi aqui sobre como o baiano se comporta na direção.

Fomos visitar alguns pontos turísticos. O primeiro foi o "Parque da Residência". A antiga residência oficional dos governadores do estado, foi restaurada e transformada num parque belíssimo com uma enorme área verde, vastamente arborizado e um orquidário encantador. Lá dentro, em função da abundância de verde, o forte calor da cidade se amezida. Na casa, hoje funciona um pequeno museu e um teatro. Fiquei encantado com o Cadilac autêntico que outrora era utilizado pelos governadores apenas duas vezes no ano, 05 e 07 de setembro ou então, em dias de desfiles oficiais com visitantes ilustres, o que era muito raro. Quando foram reformar as ruínas da casa, encontraram a raridade coberrta na garagem, com a lataria podre e o interior comido por traças e cupins. Mandaram então reformar numa empresa especializada que utilizou materiais originais e o resultado ficou perfeito. Lindo! Pena que não pude entrar nele para fazer uma foto, mas valeu o registro ao seu lado.
Outra coisa que me encantou em Belém, é a grande quantidade de praças, sempre muito arborizadas, bem cuidadas e muito bonitas. A árvore predominante na cidade me parece ser a mangueira.

Já a tarde, agora na companhia de Júlia, fomos visitar o "Forte do Castelo". De lá tem-se uma vista magnífica do mercado do "Ver o Peso" e da "Baía de Guajará". Fiquei encantado quando uma garsa passou serenamente bem ao meu lado e depois alçou vôo ignorando o meu deslumbramento. Lá no forte tem um museu fantástico. Não se pode deixar de visitá-lo. Uma aula de história sobre a fundação da cidade, seu povo e sua cultura. Das civilações indigênas que lá viviam antes da colonização. Não tem como descrever este lugar. A beleza dos objetos encontrados nas escavações feitas ali, dos quadros que passo a passo vão contando a história do local. Só posso dizer uma coisa: vá lá, não deixe de ir.

Depois, pra descontrair um pouco, fomos tomar um chopinho na "Casa das Onze Janelas" ( que eu insisti o tempo todo de chamar de Casa das Sete Mulheres) localizada bem em frente ao forte. A paisagem que se oferece é de tirar o fôlego.

Para encerrar o dia, demos uma longa caminhada com destino ao "Mangal das Garças". Sem dúvida o lugar mais bonito que conheci em Belém. Um belo parque encravado no meio de um imenso manguezal com uma vegetação belíssima. Lá também as garças dão o seu show à parte bem como a vista para a baía da Guajará mais uma vez se mostra deslumbrante. Existe ali um restaurante muito bonito chamado "Manjar das Garças". Àquela hora só estava funcionando como bar. Em sua varanda, saboreando mais um chopinho gelado, escrevi o acróstico Belém.

No Mangal, tem uma torre muito alta que, segundo dizem tem a vista mais bonita da cidade. Foi aí que fiquei puto com Cynthia. Ela queria subir mas disse que não tinha elevador. Quando olhei a quantidade de escadas não tive coragem de subir. Minhas pernas já estavam latejando de tanto andar naqueles últimos dias e, ainda por cima, meu pulmão de fumante não ficou nada animado com a idéia de subir tantos degraus. Resolvi deixar a torre para uma próxima visita. Depois, conversando com D. Maria Helena, avó de Júlia, descobri que existe elevador sim. Guia turística de meia tijela essa Cynthia.

Depois desses dias andando demais pelas ruas e parques daquela bela cidade descobri um fato de fundamental importância: nunca vá a Belém sem levar um guarda-chuva.

A raridade. Que lindo!

5 comentários:

Jacinta Dantas disse...

Ei Adriano,
estou aqui, acompanhando vc, passo a passo, nessa experiência de vida.
Parece-me um aprendizado e tanto.
Um abraço
Jacinta

Nanda Nascimento disse...

Uau! Quanta informação,esse dia foi longo hein!

Deixo pétalas pra vc!

Beijos!!

Anônimo disse...

Que bom que tem passado dias ótimos aí com a sua filha. Apesar da tristeza de saber que agora ela morará com a mãe, sabe que ela não vai esquecer desses dias.

Estou adorando ler! =]

beijos, Adriano.

Tata - A Moderninha disse...

Show de bola as fotos...estou adorando conhecer Belem por suas palavras e descrições....

Olha vai ficar td bem....

beijokas

Germano Viana Xavier disse...

Saudações, meu camarada!

Passei pelo teu blog e gostei do que vi.

Muito bom, mesmo.

Abraços pernambucanbaianos...

Germano
www.clubedecarteado.blogspot.com