

O abraço da despedida. "Eu te amo Júlia, nunca esqueça disso. Em nenhum momento sequer, papai vai deixar de pensar em você. Em breve nos veremos novamente".
As horas se arrastavam naquele ônibus sacolejante e fiquei me amaldiçoando por ter economizado uns míseros reais e transformado uma viagem de cinquenta minutos em treze horas. Viva Santos Dumond que inventou o avião e vaia para mim que comprei passagem de ônibus.
Durante a viagem não me restou outra alternativa senão forçar a vista e me afundar na leitura para não ver o tempo passar. A belíssima história de "O Caçador de Pipas", no entanto muito triste, aliada ao meu estado fragilizado, por várias vezes fazia com que insistentes lágrimas salgassem a minha tez. Foi uma viagem iterminável. Quando a noite caiu, a luz de leitura com defeito, fez com que eu largasse o livro de lado e as horas demorassem mais ainda de passar. Quando de repente acontece o milagre. A meia-noite em ponto o maldito "buzu" pára na rodoviária de Parauapebas. E, é óbvio, meu compadre Zé Filho não estava lá me aguardando. Previsível demais. Conhecendo meu amigo, compadre e irmão José Filho desde fevereiro de 1976, não podia esperar nenhuma pontualidade por parte dele. Nem tudo estava perdido. Em frente à estação, um barzinho que me pareceu interessante. Atravessei a rua e sentei no bar. Não acreditei quando na mesa ao lado avistei minha amiga Rose. Foi uma festa danada. Em outra mesa estava Verena, com o seu namorido Vicente que até então eu não conhecia, apenas de fotos e nome. Logo em seguida Zé Filho chegou e com eles tomei o primeiro dos muitos copos de cerveja que ainda tomaria no interior do Pará.

Vicente, Verena, eu e Rose no Bar Sportv em frente a Rodoviária de Parauapebas no exato momento da minha chegada.
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