sábado, 2 de fevereiro de 2008

O FUNCIONÁRIO

Poema de Nélio Rosa musicado por Márcio Valverde

Por trás das luminárias da seção,
O dia faz-se escuro e carregado;
Mesmo que o sol derrame esta manhã,
Faz chuva na alma vã do funcionário.

Além da cantilena maquinal,
Um silêncio voraz e caudaloso:
É que de tanto ouvi-la, o funcionário
Já traz o tino ausente na alma mouca.

Mas nem tudo foi sempre cinza e chumbo:
Bem antes desses dias houve algum
Em que tivera ofício bem mais caro.

Nem pra sempre a escureza do silêncio:
Num tempo, além talvez do vero tempo,
Escreverá poesia o funcionário.

FICHA TÉCNICA

Márcio Valverde:
Voz e violão
Júnior Figueiredo: Violão de Aço


07-O Funcionário.m...

3 comentários:

Jacinta Dantas disse...

Você e suas escolhas magnificas. Há momentos que, mesmo com toda luz, a alma se comporta como se tivesse na mais absoluta escuridão. Êta "demônio do meio dia". Mas, que bom, como diz o poeta que "nem pra sempre a escureza do silêncio..."

Um beijo

Jacinta

Anônimo disse...

Lindo.
Não tem como dizer outra coisa.

Ps: E eu a-do-re-i o presente!!
Tô devorando o livro.

super beijos

ruth ministro disse...

Não conhecia o autor, gostei do poema :) Beijinhos