terça-feira, 8 de abril de 2008

ESCRITÓRIO

Os números mil,
Emaranhados na minha mente.
As cifras ou a falta delas
Que não me pertencem,
Me tiram o sono e me deixam agitado.

Um monte de papéis,
Sem palavras, sem poemas.
Equações irresolutas,
Planilhas e estratagemas,
Fazem da mesa um campo minado.

A cabeça dói, o coração aperta,
Levanto para fumar um cigarro.
Vejo os carros passando,
A noite caindo, e a rua já quase deserta.
Volto para os números, busco o resultado.

A prestação de contas é implacável,
Tem que estar pronta no dia certo.
Parece um castigo, um grande dilema,
Essa rotina que vivo, entre clips e papéis.

Enfim, como um parto,
Está pronta a planilha.
De repente desperto e mudo de cena.
Com a mente estafada voando a milhas,
Pego a caneta e escrevo um poema.

3 comentários:

Éverton Vidal Azevedo disse...

Genial Caroso. Um poema direto do Escritório. Que beleza!

Anônimo disse...

Genial mesmo!

Casualidades que também te inspiram.

ps: obrigada pelos desejo de melhoras ao meu avô, e me desculpe a demora para responder.

beijo

Sandra Fonseca disse...

Escrever um poema vale por mil catarses. Nele, a alma se liberta.
Gostei muito.
Sandra.