terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

SONETO NA CONTRA MÃO


As notas soavam tristes no violão
Palavras sem sabor compunham a letra
Da canção que o compositor tocava

Os versos que ritmavam sua canção
Como se russa, desenhassem uma roleta
Que o peito do cantor despedaçava

Era saudade, uma música cinzenta
Acordes dissonantes, desencontrados
A água límpida do rio ficou barrenta
E o instrumento do músico desafinado

A melodia que brotou neste momento
Desfocou a partitura do maestro
Que regeu sua orquestra neste soneto
De trás pra frente e mão esquerda, quando era destro.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Era saudade, uma música cinzenta"
A saudade tem dessas coisas... descompassa qualquer maestria em qualquer orquestra.

Bjinhos.

;)