Por trás das luminárias da seção,
O dia faz-se escuro e carregado;
Mesmo que o sol derrame esta manhã,
Faz chuva na alma vã do funcionário.
Além da cantilena maquinal,
Um silêncio voraz e caudaloso:
É que de tanto ouvi-la, o funcionário
Já traz o tino ausente na alma mouca.
Mas nem tudo foi sempre cinza e chumbo:
Bem antes desses dias houve algum
Em que tivera ofício bem mais caro.
Nem pra sempre a escureza do silêncio:
Num tempo, além talvez do vero tempo,
Escreverá poesia o funcionário.
FICHA TÉCNICA
Márcio Valverde: Voz e violão
Júnior Figueiredo: Violão de Aço
07-O Funcionário.m... |
3 comentários:
Você e suas escolhas magnificas. Há momentos que, mesmo com toda luz, a alma se comporta como se tivesse na mais absoluta escuridão. Êta "demônio do meio dia". Mas, que bom, como diz o poeta que "nem pra sempre a escureza do silêncio..."
Um beijo
Jacinta
Lindo.
Não tem como dizer outra coisa.
Ps: E eu a-do-re-i o presente!!
Tô devorando o livro.
super beijos
Não conhecia o autor, gostei do poema :) Beijinhos
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