Chegando no hotel tive que confessar a Gatão não ter conseguido falar com Kantney mas, faria dali mais uma tentativa. Se não desse certo, estávamos em Copacabana. Não faltaria um hotel baratinho para nos acolher. Depois de uns minutos de conversa com Sílvia e Mame, liguei mais uma vez e aí Kantney atendeu. Que alívio! Me explicou direitinho como chegar à sua casa e realmente foi muito fácil. Ele morava em Cosme Velho e não estava muito distante dali. Cheguei lá sem problemas. Acomodados e muito bem por sinal. Na casa havia um anexo muito confortável, com entrada independente, banheiro no quarto, uma cama super macia e cheirosa, televisão, enfim, um cinco estrelas comparado ao hotel de São Matheus. Um único problema, afinal nada é perfeito, é que só tinha uma cama de casal. Teria de dormir com Gatão ao lado. Não era bem o que eu imaginava da minha primeira noite no Rio de Janeiro.
Na casa todos iriam a uma formatura aquela noite e não poderiam nos fazer companhia. Entregaram-nos as chaves nos deixando bem à vontade. Por outro lado, embora tivéssemos vontade de sair para curtir a noite, nossos parcos recursos de viagem não permitiam tal aventura. O jeito foi descer a ladeira a pé e comer uma pizza na esquina da rua. Uma pizza maravilhosa diga-se de passagem. Se não me falha a memória a pizzaria chamava-se Mama Rosa ou algo parecido. Lembro que Gatão ficou indignado porque lá não tinha catchup. Foi aí que o ensinei a sentir o prazer de comer uma boa pizza sem maculá-la com nenhum destes condimentos americanos. Apenas regada com um excelente azeite de oliva. Ele babou.
Na manhã seguinte, quando todos ainda dormiam, às 6hs da manhã, saímos em rumo a São Paulo, não sem antes deixar um bilhete agradecendo a hospitalidade. Voltamos à Copacabana, passeamos um pouco na orla, sentimos a temperatura das águas cariocas, ficamos pasmos com a beleza das mulheres, verdadeiros monumentos, que passeavam aquela hora da manhã. Que colírio! Eu estava em Copacabana mas, imediatamente, lembrei de uns versos de Chico Buarque que falam assim “Ver Ipanema, foi que nem beber Jurema, que cenário de cinema, que poema à beira-mar”. Uma grande verdade.
Demoramos um pouco no nosso passeio carioca. Quando pegamos a Dutra e paramos para abastecer, pois não pretendíamos mais parar, já eram 10:30hs. A viagem até São Paulo foi tranquila. Exceto por um engarrafamento de duas horas motivado por um acidente na estrada, tudo era novidade e, por isso mesmo, muito agradável. Às 17hs entrávamos em Sampa, “...Túmulo do samba, mais possível novo quilombo de Zumbi...”, com suas avenidas largas, seus prédios gigantescos, seu trânsito infernal. Justiça seja feita, aquela hora estava até muito tranquilo, também era final da tarde de um sábado. Não tivemos dificuldades de chegar a Zona Leste onde iríamos nos hospedar. Mais precisamente na Vila Carrão. Eu já conhecia um pouco pois como já disse, namorava com uma paulista na época e andei indo por lá algumas vezes. Também fui muito bem orientado por um tio dela de como, chegando a cidade, pegar o acesso pra lá através da Av. Aricanduva. Quando dei por mim estava parando na porta da casa dela. Aí tem até uma história engraçada. Vejam o que é a inocência de uma criança. Meu aniversário tinha passado a poucos dias atrás. Quando toquei a campanhia ela veio atender junto com um sobrinho que na época devia ter uns cinco anos. A primeira coisa que ele falou foi a seguinte: - Não vai dar ao Adriano o relógio que comprou de presente de aniversário? Ela ficou vermelha de raiva por ele ter estragado a surpresa.
Passamos exatamente uma semana por lá que ficou marcada pelo frio e pela frieza com que minha namorada estava me tratando. Fizemos aquilo que fomos fazer. Muitas compras para revender na Bahia. Passeamos também um bocado. Comemos maravilhosamente bem. Na casa da minha sogra o tempero era irretocável. Casa portuguesa com certeza. No sábado seguinte, justamente depois de levar um pé na bunda na noite anterior, desolado, assumi a direção para iniciar a viagem de volta. Estava começando a parte da aventura que seria o maior de todos os absurdos que já cometi na vida: a volta para Salvador.
Na casa todos iriam a uma formatura aquela noite e não poderiam nos fazer companhia. Entregaram-nos as chaves nos deixando bem à vontade. Por outro lado, embora tivéssemos vontade de sair para curtir a noite, nossos parcos recursos de viagem não permitiam tal aventura. O jeito foi descer a ladeira a pé e comer uma pizza na esquina da rua. Uma pizza maravilhosa diga-se de passagem. Se não me falha a memória a pizzaria chamava-se Mama Rosa ou algo parecido. Lembro que Gatão ficou indignado porque lá não tinha catchup. Foi aí que o ensinei a sentir o prazer de comer uma boa pizza sem maculá-la com nenhum destes condimentos americanos. Apenas regada com um excelente azeite de oliva. Ele babou.
Na manhã seguinte, quando todos ainda dormiam, às 6hs da manhã, saímos em rumo a São Paulo, não sem antes deixar um bilhete agradecendo a hospitalidade. Voltamos à Copacabana, passeamos um pouco na orla, sentimos a temperatura das águas cariocas, ficamos pasmos com a beleza das mulheres, verdadeiros monumentos, que passeavam aquela hora da manhã. Que colírio! Eu estava em Copacabana mas, imediatamente, lembrei de uns versos de Chico Buarque que falam assim “Ver Ipanema, foi que nem beber Jurema, que cenário de cinema, que poema à beira-mar”. Uma grande verdade.
Demoramos um pouco no nosso passeio carioca. Quando pegamos a Dutra e paramos para abastecer, pois não pretendíamos mais parar, já eram 10:30hs. A viagem até São Paulo foi tranquila. Exceto por um engarrafamento de duas horas motivado por um acidente na estrada, tudo era novidade e, por isso mesmo, muito agradável. Às 17hs entrávamos em Sampa, “...Túmulo do samba, mais possível novo quilombo de Zumbi...”, com suas avenidas largas, seus prédios gigantescos, seu trânsito infernal. Justiça seja feita, aquela hora estava até muito tranquilo, também era final da tarde de um sábado. Não tivemos dificuldades de chegar a Zona Leste onde iríamos nos hospedar. Mais precisamente na Vila Carrão. Eu já conhecia um pouco pois como já disse, namorava com uma paulista na época e andei indo por lá algumas vezes. Também fui muito bem orientado por um tio dela de como, chegando a cidade, pegar o acesso pra lá através da Av. Aricanduva. Quando dei por mim estava parando na porta da casa dela. Aí tem até uma história engraçada. Vejam o que é a inocência de uma criança. Meu aniversário tinha passado a poucos dias atrás. Quando toquei a campanhia ela veio atender junto com um sobrinho que na época devia ter uns cinco anos. A primeira coisa que ele falou foi a seguinte: - Não vai dar ao Adriano o relógio que comprou de presente de aniversário? Ela ficou vermelha de raiva por ele ter estragado a surpresa.
Passamos exatamente uma semana por lá que ficou marcada pelo frio e pela frieza com que minha namorada estava me tratando. Fizemos aquilo que fomos fazer. Muitas compras para revender na Bahia. Passeamos também um bocado. Comemos maravilhosamente bem. Na casa da minha sogra o tempero era irretocável. Casa portuguesa com certeza. No sábado seguinte, justamente depois de levar um pé na bunda na noite anterior, desolado, assumi a direção para iniciar a viagem de volta. Estava começando a parte da aventura que seria o maior de todos os absurdos que já cometi na vida: a volta para Salvador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário