segunda-feira, 9 de julho de 2007

A INDGNAÇÃO DO POETA

O poeta ficou enfurecido comigo. Chamou-me de língua de trapo, traidor além das outras suas insinuações cruéis. Tudo porque caí na asneira de dizer que ele estava chato agora que retomou a escrita de um livro nascido em 1988 e que, há muito, jazia na poeira e no limo da sua cabeça. Ainda se gaba de sublimar minhas imperfeições. Coisas de poeta!

Reclamei também por ter deixado os seus leitores, e me sinto no direito já que sou um deles e dois mais assíduos possíveis, à mingua sem textos nem explicações nas páginas do seu blog que ficou longos dias sem uma linha sequer.

Vi o tal livro nascer. Eram épocas difíceis e felizes para todos nós. Sempre acreditei nele e continuo acreditando agora que tomou outro rumo diferente daquele que parecia seguir àquela época. Tive também o prazer de ler parte dos originais tanto do embrião quanto do agora quase maduro objeto literário.

Minhas reclamações surtiram efeito, haja vista o poeta ter retomado com velocidade voraz suas publicações nesta rede.

Contudo tem sido um inferno conviver com o poeta. Não sei onde já li que todo poeta é maluco e chato. Neste caso o nosso personagem enquadra-se bem para ambas as expressões. O tal livro é desculpa pra tudo de errado que faz. Deixando sua progenitora à beira de um ataque de nervos com a desorganização total a sua volta. É sempre a mesma desculpa: - Mãe, eu tô escrevendo. – Mãe tô escrevendo um livro. Por causa disso se acha no direito de virar a casa de pernas pro ar impune. Coisas de poeta!

Inspirado em tal fato, eu que não tenho o dom da poesia mas forço a barra de vez em quando, fiz um pequeno poema para homenageá-lo. Espero desta vez não ser atacado nem chamado de traidor. Tomara que o poeta entenda que tudo que eu queria era voltar a ler os seus versos.



O Marquez dos Pobres
(Adriano Carôso)

Perdoai-o oh Lourdinha!
Tire do rapaz o crivo,
Ele está escrevendo um livro.

Ou Lourdinha, perdoai-o!
Como você está vendo,
O rapaz tá escrevendo.

Perdoai-o oh Lourdinha!
Sei que isso não querias,
Nosso Gabriel Garcia.

Dessarumando a casa,
O banheiro encharcando,
Mas um livro tá brotando.

Dê Lourdinha o seu perdão,
De santa progenitora,
Que só falta a editora.

Este ato oh minha mãe!
Pode até valer pro réu,
Um novo prêmio Nobel.

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