sexta-feira, 4 de maio de 2007

A VIAGEM


O que dizer da morte?
A única coisa certa
Que a vida tem
A liberdade do espírito
O fim da matéria
A dor austera que nos faz bem
Já aos quinze anos
Com ela convivi
Quando levou bom amigo
De mesma idade
Ensimesmado chorei, muito sofri
Ele trilhou seu caminho de felicidade
Agora adulto, despreparado
Se foi mãe postiça
Que tanto amei
Desencontrado
Quanta injustiça
A dor profunda que só eu sei
Não é o início
Nem intermezzo
Dentre o teu seio, não há um fim
Imploro Deus, por isso rezo!
Que nunca um filho
Se vá sem mim

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