Não que João tenha feito algo pra me separar de Ray, é bom esclarecer bem este fato. É que suas idéias e um pequeno incidente num trabalho que fizemos juntos, com certeza ajudaram meu compadre a tomar a decisão de acabar nossa parceria.
Passamos semanas no sítio de João e tivemos sérios problemas com o contratante que estava dando trabalho para pagar as parcelas acordadas no contrato. Isto deixou-nos com os nervos a flor da pele e numa noite, durante um balanço financeiro, João disse achar que na comissão, eu estava ganhando demais. Pensava ele que eu, assim como todos os outros deveria ter um cachê específico previamente acordado. Ray concordou e falou que precisávamos revisar nosso acerto. Imediatamente fui contra. Não achava justo ele concordar , e não acho até hoje. Sei da importância da minha colaboração e para mim aquilo era uma desvalorização ao meu trabalho que jamais poderia aceitar. Os tons até se alteraram um pouco mas logo contornamos a situação. A verdade é que naquela mesa, meu destino profissional começou a mudar. Concluído aquele trabalho, um mês depois Ray dissolveu a nossa parceria, mas nunca a nossa amizade.
Sei que este não era o momento, mas já que João entrou na história, resolvi completar a informação. Voltemos pra Porto Seguro de onde não deveríamos ter saído.
Enquanto a equipe trabalhava sem descanso em Salvador, voltei sozinho a Porto para tomar umas providências necessárias a nossa chegada com a equipe e o material. Alugar uma casa para hospedar a galera, contratar secretária para fazer café da manhã, janta e lavar a roupa do pessoal, combinar com a equipe da ilha como seria a montagem e permanência do material por lá, contratar um barco para o nosso deslocamento diário pra ilha bem como o transporte do material e equipamentos, acertar o fornecimento de almoço durante a montagem, pesquisar o comércio local e essas coisas de produção. Tudo resolvido voltei para Salvador me reintegrando à turma até estar tudo pronto para o embarque final.
Eu, Carlinhos e Renato fomos de carro, se não me falha a memória em 20 de setembro de 2001. Saímos cedo e entramos
Durante os trinta e três dias que duraram a montagem, eu e a equipe íamos cedinho pra ilha. Estacionava meu carro no cais e ía de barco com a turma. Quando precisava de qualquer coisa, pegava a lanchinha que era de propriedade da ilha e ía pra cidade comprar. Quando o almoço chegava também atravessava o mar para ir buscar no continente. De tanto que rodei lá dentro, acabei conhecendo a cidade melhor do que muito morador. Costumava até brincar que já poderia ser motorista de taxi por lá. Só não conheci praia e pontos turísticos, mas o centro, a periferia e todo o comércio, virei de cabeça pra baixo.
Aqui abro um parêntese para falar da Ilha. Que lugar maravilhoso. Uma ilha temática, cheia de aquários imensos, com peixes de diversas espécies, tubarões, arraias e tantos outros. Na verdade, uma multi-casa de shows. Lá tinha festas todas as terças e eu, como bom noctívago, não perdi uma sequer. Lá existem vários ambientes. Um espaço para forró, outro para MPB, o meu preferido, uma boate, bares, restaurantes, lojinhas de souvenirs e um palco central para grandes shows. A noite, quando iluminada, principalmente os aquários, ficava deslumbrante. Nos dias de show a ilha enchia de turistas que muitas vezes se excediam. Era comum na manhã seguinte, encontrarmos camisinhas usadas e pontas de cigarro de maconha pela chão. Nunca vi tantas mulheres bonitas reunidas num mesmo lugar como naquelas noites de terça.
Faltando umas duas semanas para inauguração, eu estava junto de Ray quando o celular dele tocou. Vi que ele estava explicando para o interlocutor estar ocupado no momento por causa do trabalho
3 comentários:
Adriano, que bom que conseguiram superar esta crise de negócios, estas coisas são sempre complicadas... Mas tenho certeza de que com esta história de vida e experiência és um homem que sabe ser profissional e valorizar uma boa amizade... Que bom, fico mto feliz de ter encontrado vc neste meio virtual e estar conhecendo parte dos bastidores do universo artístico aí da região...
Fiquei até com vontade de falar sobre meus amigos, histórias e fatos pessoais que vivi também...
Grande abraço!
Leandro
Você conhece Ivete Sangalo pessoalmente??
Tá, vou parar com tietagem... =P
E o trabalho de vocês é mesmo de se orgulhar, aquela ilha é linda! Acho que eu estive lá pouco depois de inaugurada, porque me lembro disso tudo que vc está falando exatamente desse jeito... Não sei se ela mudou, de lá pra cá, pq nunca mais voltei. Mas tenho ótimas recordações daquele lugar... Pena que estava acompanhada de pessoas que curtiam mais a boate e o axé, eu queria mesmo era ficar no samba, mas ninguém quis! =P
continue a história que eu continuo acompanhando... beijos!
Você conhece Ivete Sangalo pessoalmente?? (2)
PQP!
Essa ilha foi uma aventura e tanto.
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