Postado em 17 de abril de 2007 no marcador Crônicas
Ele entrou no ônibus exausto após um dia estafante de muito trabalho. Como seu ponto de partida era perto do início da linha, ainda encontrou vazia uma daquelas cadeiras reservadas para idosos e deficientes. Aquela hora do dia, nos intermináveis quilômetros e paradas que separam o Itaigara de Periperi, lá na periferia da cidade, com certeza a lotação iria entupir. Só restava rezar para o impossível acontecer: não entrar no veículo, nenhum idoso, grávida ou aleijadinho que lhe forçasse, já que era um homem de princípios e de boa educação, a ceder o assento. Ainda em Brotas, portanto muito longe de alcançar o fim da linha, seu lugar de descer, o buzu já tava entupido inclusive com gente pendurada pela porta da entrada. Eis que ao seu lado, carregada de livros e sacolas, uma linda mulher, de seus 25 anos, encosta na sua cadeira. Foi instantânea a sua atração por adorável criatura mas, o seu estado de total fadiga não permitiu que cedesse ao incontrolável desejo de levantar para que a moça sentasse. Limitou-se a pegar seus livros e sacolas e guardá-los no colo para descansar braços tão macios e lindos.
No sacolejo da viagem, nos freios de arrumação, vez ou outra a moça roçava em seu ombro a maciez de seu sexo. A ereção foi natural e ele rezou pra que ela não descesse tão cedo. Primeiro para continuar sentindo aquele contato maravilhoso, segundo pra não ser obrigado a tirar do colo os objetos que escondiam desconcertante situação.
A viagem transcorria normalmente, se é que se pode chamar de normal o estado de quase orgasmo em que encontrava-se quando, já na Calçada, Cidade Baixa, sobe uma velhinha, com certeza com mais de setenta, pela porta da frente. Ele não conseguia entender como a velha subiu, aquele lugar parecia não caber uma mosca sequer. Em fração de segundos, intermináveis dúvidas povoaram o seu cérebro. Ceder o lugar a velha ou usufruir do êxtase que sentia com a moça a roçar-lhe o corpo e já era capaz de sentir o cheiro que emanava das entranhas daquela mulher. Difícil escolha.
Desconcertado, com as faces rubras, levantou-se para que a idosa sentasse. Quando foi entregar a moça seus livros e pacotes, esta, num movimento tão rápido que seus olhos perderam ao piscar, sentou-se no seu lugar. A pobre velha ficou em pé, espremida pelos inúmeros passageiros que amontoavam-se no corredor. Pensou em reclamar com a mulher mas a visão do seu rosto e as lembranças do prazer que esta lhe proporcionara minutos atrás, não lhe permitiram. Envergonhado, desceu na próxima parada e pegou outro ônibus para casa, ainda mais lotado que aquele.
Ele entrou no ônibus exausto após um dia estafante de muito trabalho. Como seu ponto de partida era perto do início da linha, ainda encontrou vazia uma daquelas cadeiras reservadas para idosos e deficientes. Aquela hora do dia, nos intermináveis quilômetros e paradas que separam o Itaigara de Periperi, lá na periferia da cidade, com certeza a lotação iria entupir. Só restava rezar para o impossível acontecer: não entrar no veículo, nenhum idoso, grávida ou aleijadinho que lhe forçasse, já que era um homem de princípios e de boa educação, a ceder o assento. Ainda em Brotas, portanto muito longe de alcançar o fim da linha, seu lugar de descer, o buzu já tava entupido inclusive com gente pendurada pela porta da entrada. Eis que ao seu lado, carregada de livros e sacolas, uma linda mulher, de seus 25 anos, encosta na sua cadeira. Foi instantânea a sua atração por adorável criatura mas, o seu estado de total fadiga não permitiu que cedesse ao incontrolável desejo de levantar para que a moça sentasse. Limitou-se a pegar seus livros e sacolas e guardá-los no colo para descansar braços tão macios e lindos.
No sacolejo da viagem, nos freios de arrumação, vez ou outra a moça roçava em seu ombro a maciez de seu sexo. A ereção foi natural e ele rezou pra que ela não descesse tão cedo. Primeiro para continuar sentindo aquele contato maravilhoso, segundo pra não ser obrigado a tirar do colo os objetos que escondiam desconcertante situação.
A viagem transcorria normalmente, se é que se pode chamar de normal o estado de quase orgasmo em que encontrava-se quando, já na Calçada, Cidade Baixa, sobe uma velhinha, com certeza com mais de setenta, pela porta da frente. Ele não conseguia entender como a velha subiu, aquele lugar parecia não caber uma mosca sequer. Em fração de segundos, intermináveis dúvidas povoaram o seu cérebro. Ceder o lugar a velha ou usufruir do êxtase que sentia com a moça a roçar-lhe o corpo e já era capaz de sentir o cheiro que emanava das entranhas daquela mulher. Difícil escolha.
Desconcertado, com as faces rubras, levantou-se para que a idosa sentasse. Quando foi entregar a moça seus livros e pacotes, esta, num movimento tão rápido que seus olhos perderam ao piscar, sentou-se no seu lugar. A pobre velha ficou em pé, espremida pelos inúmeros passageiros que amontoavam-se no corredor. Pensou em reclamar com a mulher mas a visão do seu rosto e as lembranças do prazer que esta lhe proporcionara minutos atrás, não lhe permitiram. Envergonhado, desceu na próxima parada e pegou outro ônibus para casa, ainda mais lotado que aquele.
8 comentários:
Adorei o texto. Chato o que aconteceu... mas no fim fartei-me de rir :)
Beijinhos
Que situação, hein?
Nessas horas, há todo um mix de sentimentos: a consideração pela idosa se mistura com a gratidão pela moça e com a revolta por ela não ter educação para ceder o lugar à velhinha...
E o coitadinho ainda teve que sair do ônibus e pegar outro?
É um verdadeiro gentleman!
Beijos, querido.
;)
Risos muitos risos, belo texto! bjks
Adriano, aí nao vale né mano, você está nos denunciando hahahaha. Agora as moças que lerem o texto se cuidarao mais nos apertos dos Ònibus... Ou nao rs.
Gostei muito do texto mano!
Adriano, obrigada pela visita.
Pena que não tenho um amor igual o do poema.
Tenha um dia maravilhoso!
Beijosss!
já tinha lido esse.
ônibus dão boas histórias.
abraço, caroso
Olá, Adriano. Como vai?
Acho que essa crônica ilustra bem a situação dos homens em relação às mulheres. Nos encantamos por elas. Nos ferramos por elas. Mas vale a pena! Eu acho!
...que situação desconfortável! Difícil analisar esse comportamento...
Beijos de luz!!!
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