A cidade de São Paulo
Retiro Tudo Que Disse
(Rudney Monteiro/Jorge Magalhães/Edmundo Carôso)
Nada em russo quer dizer tudo é possível
Eu não quero morrer sem conhecer São Paulo
Retiro tudo falso do que disse
Só vão sobrar as tolices
Retiro a culpa da culpa
De me achar por inteiro
Retiro o pão do açúcar
Te deixo o Rio de Janeiro
Nesse lampejo de medo
É tudo mesmo uma questão de sorte
Nesse lampejo de medo
Que passe a ponte o rio é sempre forte
Justo eu que falo tanto dos preconceituosos, aqueles que rotulam um povo inteiro pela atitude de alguns, tenho meus momentos de fraqueza. Um dia no entanto, a gente acaba levando na cara e tendo de reconhecer os nossos erros. Nordestino que sou, fico indignado quando alguém fala da gente. Sofremos muito nas mãos, ou melhor, nas bocas de cariocas, sulistas e, principalmente, paulistas. Tanto é que em São Paulo, ser baianinho é ser ridículo. Esta expressão me enojava. Hoje isto já não me toca mais, vejo com outros olhos. Depois que conheci Sampa e os paulistas com quem convivo, tive eu mesmo de engolir meu preconceito contra São Paulo.
Não sei exatamente porque, mas São Paulo para mim era um horror. Não gostava, falava mal, numa atitude idiota. Como alguém pode não gostar ou falar mal daquilo que não conhece? Os versos acima, escrito por Magal e Edmundo sobre uma linda melodia de Rudney, expressam um pouco o que falo. Inicialmente Magal, movido por preconceito igual ao meu, escreveu “Eu quero morrer sem conhecer São Paulo”. Edmundo a tempo, chegou para colocar o “não”. Sábia colocação. O próprio Magal recentemente, quando bebericávamos umas geladas na praia de Piatã em Salvador, me confessou o quão importante foi a intervenção de Edmundo. E que, se fosse hoje, ele mesmo teria colocado o “não” na letra. Uma palavrinha de três letras, que mudou completamente o discurso e seu sentido, evitando assim que fosse perpetuada uma visão preconceituosa e burra, típica de quem fala do que não conhece.
Eu não quero morrer sem conhecer São Paulo
Retiro tudo falso do que disse
Só vão sobrar as tolices
Retiro a culpa da culpa
De me achar por inteiro
Retiro o pão do açúcar
Te deixo o Rio de Janeiro
Nesse lampejo de medo
É tudo mesmo uma questão de sorte
Nesse lampejo de medo
Que passe a ponte o rio é sempre forte
Justo eu que falo tanto dos preconceituosos, aqueles que rotulam um povo inteiro pela atitude de alguns, tenho meus momentos de fraqueza. Um dia no entanto, a gente acaba levando na cara e tendo de reconhecer os nossos erros. Nordestino que sou, fico indignado quando alguém fala da gente. Sofremos muito nas mãos, ou melhor, nas bocas de cariocas, sulistas e, principalmente, paulistas. Tanto é que em São Paulo, ser baianinho é ser ridículo. Esta expressão me enojava. Hoje isto já não me toca mais, vejo com outros olhos. Depois que conheci Sampa e os paulistas com quem convivo, tive eu mesmo de engolir meu preconceito contra São Paulo.
Não sei exatamente porque, mas São Paulo para mim era um horror. Não gostava, falava mal, numa atitude idiota. Como alguém pode não gostar ou falar mal daquilo que não conhece? Os versos acima, escrito por Magal e Edmundo sobre uma linda melodia de Rudney, expressam um pouco o que falo. Inicialmente Magal, movido por preconceito igual ao meu, escreveu “Eu quero morrer sem conhecer São Paulo”. Edmundo a tempo, chegou para colocar o “não”. Sábia colocação. O próprio Magal recentemente, quando bebericávamos umas geladas na praia de Piatã em Salvador, me confessou o quão importante foi a intervenção de Edmundo. E que, se fosse hoje, ele mesmo teria colocado o “não” na letra. Uma palavrinha de três letras, que mudou completamente o discurso e seu sentido, evitando assim que fosse perpetuada uma visão preconceituosa e burra, típica de quem fala do que não conhece.
Lílian, tirando onda de modelo!
Aí entra Lílian na história. Uma paulista que conheci em circunstâncias totalmente casuais e que, sem ter a menor noção disso, demoveu-me deste preconceito imbecil e me colocou no meu devido lugar. Gosto muito desta paulistinha, uma amiga sincera e leal que há catorze anos me dá o prazer de participar da sua vida.
Carnavalesca de primeira grandeza, houve tempos em que não perdia um carnaval de Salvador. Foi num deles que a conheci. Estava acompanhada de uma amiga, talvez seja prima, Marília, que passou mal durante o desfile da Timbalada, onde na época eu trabalhava, era 1993. Nada demais, apenas um mal estar momentâneo, em função de um sol escaldante e um pequeno exagero nas fortes comidas baianas. Eu e um colega de trabalho, Tico, demos socorro às duas. Levamos Marília para o posto médico do carro de apoio com Lílian acompanhando, onde ela foi atendida e tudo ficou bem. Foi o suficiente pra ficarmos amigos. Naquele ano Brown tava idealizando fazer um arrastão na quarta-feira de cinzas, com a Timbalada tocando no trio sem cordas para o povo todo brincar. Não sabíamos se seria possível. Havia uma série de implicações, desde os custos de músicos, seguranças, trio à liberação da prefeitura e outras coisas. Este arrastão por sinal, virou uma tradição no carnaval de Salvador, acontecendo até hoje que além da Timbalada outros artistas pongaram na idéia de Brown, a exemplo de Ivete Sangalo. Só de saber desta possibilidade, Lílian enlouqueceu. Fiquei encarregado de avisá-la, pois ela não queria perder de jeito nenhum. O pior é que o arrastão só foi confirmado na madrugada da terça pra quarta e eu mesmo só fiquei sabendo às cinco horas da manhã quando ligaram pra minha casa acordadando-me para que eu começasse a tomar as devidas providências de produção. Quando tava pra sair, já perto das seis, lembrei de Lílian. Fiquei na dúvida se ligava uma hora daquelas pro hotel pra avisar. Imaginei que ela poderia ter ficado até tarde na rua se despedindo do carnaval e seria uma sacanagem acordá-la. Por outro lado caso eu não ligasse e ela viesse a saber que o arrastão saiu, poderia achar descaso da minha parte. Na dúvida, não ultrapasse. Eu ultrapassei e liguei. Isto eu não me lembro bem, mas acho que elas, mortas pelos pulos da noitada anterior, acabaram por não ir.
Nos anos seguintes, a cada carnaval ela voltava e a cada ano trazia uma amiga nova que eu acabava conhecendo e fazenda amizade também. Uma delas foi minha namorada por alguns anos. Mas, deixemos de lado o carnaval e voltemos para São Paulo no próximo capítulo que é o tema em questão.
Carnavalesca de primeira grandeza, houve tempos em que não perdia um carnaval de Salvador. Foi num deles que a conheci. Estava acompanhada de uma amiga, talvez seja prima, Marília, que passou mal durante o desfile da Timbalada, onde na época eu trabalhava, era 1993. Nada demais, apenas um mal estar momentâneo, em função de um sol escaldante e um pequeno exagero nas fortes comidas baianas. Eu e um colega de trabalho, Tico, demos socorro às duas. Levamos Marília para o posto médico do carro de apoio com Lílian acompanhando, onde ela foi atendida e tudo ficou bem. Foi o suficiente pra ficarmos amigos. Naquele ano Brown tava idealizando fazer um arrastão na quarta-feira de cinzas, com a Timbalada tocando no trio sem cordas para o povo todo brincar. Não sabíamos se seria possível. Havia uma série de implicações, desde os custos de músicos, seguranças, trio à liberação da prefeitura e outras coisas. Este arrastão por sinal, virou uma tradição no carnaval de Salvador, acontecendo até hoje que além da Timbalada outros artistas pongaram na idéia de Brown, a exemplo de Ivete Sangalo. Só de saber desta possibilidade, Lílian enlouqueceu. Fiquei encarregado de avisá-la, pois ela não queria perder de jeito nenhum. O pior é que o arrastão só foi confirmado na madrugada da terça pra quarta e eu mesmo só fiquei sabendo às cinco horas da manhã quando ligaram pra minha casa acordadando-me para que eu começasse a tomar as devidas providências de produção. Quando tava pra sair, já perto das seis, lembrei de Lílian. Fiquei na dúvida se ligava uma hora daquelas pro hotel pra avisar. Imaginei que ela poderia ter ficado até tarde na rua se despedindo do carnaval e seria uma sacanagem acordá-la. Por outro lado caso eu não ligasse e ela viesse a saber que o arrastão saiu, poderia achar descaso da minha parte. Na dúvida, não ultrapasse. Eu ultrapassei e liguei. Isto eu não me lembro bem, mas acho que elas, mortas pelos pulos da noitada anterior, acabaram por não ir.
Nos anos seguintes, a cada carnaval ela voltava e a cada ano trazia uma amiga nova que eu acabava conhecendo e fazenda amizade também. Uma delas foi minha namorada por alguns anos. Mas, deixemos de lado o carnaval e voltemos para São Paulo no próximo capítulo que é o tema em questão.
4 comentários:
Amigo!! Estava com saudades dos seus textos, que ultimamente andam tão nostálgicos, né? =)
Obrigada por todos os comentários nos meus textos. Que legal saber que você morou em Belmonte, é uma cidade tão bonitinha, pacata, com cara de cidade onde não acontece nada, que todo mundo conhece todo mundo, mas ainda assim uma delícia pra se passear. E Porto Seguro está cada vez melhor, Adriano. Quando cheguei à Bahia, em 1995, aquela cidade era completamente diferente do que é hj. E toda vez que eu volto lá, percebo algo de diferente e melhor na cidade. Por isso se faz tempo que você foi, está na hora de voltar! E conhecer a cidade de verdade! Ilha dos Piratas... Não é aquela onde acontecem festas, a chamada Ilha dos Aquários? Eu já fui lá, delícia de lugar! =)
Vou ler sua experiência na minha cidade vizinha! =)
E São Paulo era um sonho que realizei no ano passado. Duas passagens rápidas, e foi suficiente pra eu querer voltar sempre. Só tenho lembranças maravilhosas daquele lugar!
Mas eu confesso que tb tenho esses preconceitos idiotas com determinados lugares... Mas pretendo vencê-los, a medida que eu for conhecendo os lugares dos meus sonhos. =)
beijos!! E não demore demais pra voltar!
Olá, Adriano. Como vai?
Muito interessante o seu texto. Gostei tbem do poema/música.
Num dias desses mesmo eu estava pensando no quçao ridículo é esse preconceito generalizado contra os nordestinos. Como se houvesse aqui (no sul e sudeste) ao menos uma pessoa que pudesse se dizer pura e, ao mesmo tempo, brasileira.
Ainda assim, ainda que tal pessoa existisse, qual seria sua vantagem sobre as outras? De certo, nenhuma.
O preconteito é geralmente cheio de contradições, né? O problema é que eu tbem estou cheio de preconceitos.
Abraços
Denis
Meu querido,
preconceito é sempre mau mas eu entendo bem porque o tinhas.
Como já comentei contigo, aqui em Portugal tb se brinca muito com a gente do alentejo, zona do interior sul mas o povo é do mais acolhedor e humano que existe.Acho engraçado que a forma que eles reagem ao facto de contarem anedotas sobre eles é brincarem com isso.Acho uma forma bem inteligente de dar resposta a muita gente!
Um beijo grande e cheio de carinho
Entao esta é a "primeira parte" do outro texto nao é? assim como a Lorena também só conheci Sao Paulo no ano passado. De cara percei que esses preconceitos existem e sao bem fortes ainda, infelizmente.
Entretanto, o povo é especialmente lindo, em especial pelos paulistanos que quebram essa triste regra do preconceito e estereotipacao, como é a sua amiga.
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