Recebi bilhete azul me apontando a porta da saída. Na hora da despedida um bilhete de apoio e consolo. Li bilhetes de artistas nos versos das canções. Bilhetes de corações apaixonados. Cartas quilométricas desconsiderando a distância entre seus destinatários. Bilhetes com relicários e um passado no papel. Bilhetes de uma vida, uma encarnação não lembrada, nas sessões de regressão no divã de um analista. Um que veio do florista com as rosas vermelhas e amarelas. Este estava perfumado. Bilhetes deixados na mesa, nos correios, no caderno ou no bolso. Bilhetes, bilhetes, bilhetes, que teimo em ler ou escrever com a caneta já falhando. A tinta acabando no bilhete que deixo agora supurando a ferida. Não conto a minha história, só me despeço da vida.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
BILHETES II
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário