segunda-feira, 10 de novembro de 2008

DE SALVADOR A BELÉM




De tudo que fiz nessa vida, nada me dá tanto orgulho quanto o fato de ser o pai de Júlia. Ela é a razão da minha existência, é o sentido da minha vida. Acaba de completar nove anos, fez agora em 07 de novembro, infelizmente, muito longe de mim. Hoje ela mora em Belém com sua mãe, mas a maior parte da sua vida esteve muito próxima de mim. Não foi à toa que sábado, um dia depois do seu aniversário, quase não consegui completar o preparo do prato da foto, de tanto que chorei com saudades dela. Enquanto cozinhava, estava assistindo a um DVD de flash backs nacionais quando começou a tocar "Era Uma Vez"(Álvaro Scci - Cláudio Matta) com Sandy e Júnior bem novinhos. Foi fatal. Logo me lembrei dela cantando essa música, balançando os bracinhos na minha frente enquanto eu tentava em vão assistir à TV e aí chorei feito criança. Repeti a música uma dezena de vezes na inútil tentativa de tê-la perto de mim, mas nada consegui além de chorar. Chorar muito...



Quer a receita, pegue aqui!

Me separei da sua mãe quando ela tinha três anos. Ela digeriu isso muito bem devido à boa relação que mantenho com Cynthia até hoje. Sempre viu nos seus pais dois grandes amigos batalhando juntos por ela. Dois parceiros fazendo de tudo para tornar sua vida melhor. E ela nos ajudando a entender os "descaminhos dessa vida", nos fazendo compreender que não passamos por essa existência em vão.

Quando me separei, ela ficou morando com a mãe. Eu sempre estava presente, saindo com ela, trazendo para passar dias comigo, ligando para conversar, fazendo o bolo e o cachorro quente dos seus aniversários na escolinha, ouvindo suas confissões, deitando em seu colo para receber o carinho da sua mãozinha angelical na minha cabeça. Depois, por motivos alheios à sua vontade, Cynthia pediu para ela morar comigo. Foi uma alegria que não consigo descrever, só sei que foi a melhor época da minha vida. O tempo em que fui mais feliz, onde remocei cem anos, onde vi que a vida vale a pena e a minha valeu muito.


Em fevereiro deste ano, Cynthia resolveu voltar para sua terra natal, Belém-PA, e pediu para levar Júlia com ela. Embora aquilo estivesse me matando por dentro, como poderia dizer não? Como separar uma mãe de sua filha? Nada pude fazer além de apoiá-la e ir com ela deixar nossa Preta da melhor maneira possível. Essa época de muito sofrimento, rendeu uma série de escritos, além de outros que já tinha feito por Júlia que foram publicados aqui. Esses dias estou como Zeca Baleiro, tão "à flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar", mas não quero chorar sozinho. Quero o apoio dos amigos, quero me sentir acompanhado e protegido, quero me sentir melhor.


Aqui vai um recado pra Júlia: Minha Preta, sei que fiquei lhe devendo a receita do bolo. Que bom que sua tia fez um melhor do que o meu. Mas, isto é nada em relação a maior dívida que tenho com você. Eu lhe devo a minha vida! EU TE AMO!

7 comentários:

Nanda Nascimento disse...

Parabéns para Júlia, muitas felicidades!O carinho que você tem com sua filha é muito emocionte, o difícil é viver com a saudade.

Agora vou correndo pegar a receita deste bacalhau que parece estar um show.

Beijos e flores!

Jacinta Dantas disse...

Adriano,
o que se planta no coraçãozinho de uma criança, fica para toda a vida, mesmo e apesar da distância. Com certeza, o amor que une Adriano e Júlia será o complemento para que ela cresça rica em emoções.
Beijo

Elcio Tuiribepi disse...

Olá Adriano, eita que esta saudade sua é coisa muito séria rapaz!! Tenho duas meninas já grandes...e imagino sua aflição...Mas ainda bem que sua separação foi em paz...isso já é uma benção para vcs e para sua filha principalmente. Sorte para vc amigo...grande abraço...apareça quando puder...

Éverton Vidal Azevedo disse...

Mano é emocionante ler um texto assim. É inspirador o seu amor, o seu cuidado, a forma como vc fala da sua filha.

Muito legal mesmo Adriano.

desejo aí muitas felicidades pra ela e pra vc. A vida é cheia de descaminhos mesmo, mas se a gente olha as coisas com um olhar otimista e cheio de esperança sempre aprendemos a aproveitar e viver com intensidade as coisas boas que sos caminhos, e até os descaminhos da vida trazem.

Abraçao!

Ana Casanova disse...

Meu querido amigo, estou sempre contigo e se chorares eu choro.
O grande amor pela Julia é uma coisa sublime e sei tão bem como tu o que é estar longe de uma filho, pensando apenas no que é melhor pra ele.Existe prova de amor maior?
Um beijo carinhoso e sorri!Se ela está feliz concerteza vale a pena.

Lorena disse...

Ela é linda, Adriano... a coisinha mais linda do mundo, com esse arzinho de anjo intelectual que os óculos dão a ela. ^^

Feliz aniversário para a Júlia, que o pai dela acabou de me emocionar muito com esse post. Não consigo nem imaginar a dor de estar longe, no seu caso, amigo. Só dimensiono mal-comparando com a saudade que eu sinto dos meus pais, mas sei que ainda não chega perto.

E esse prato está com uma cara ótima, hein?? Vou ver se pego a receita sim!

beijos, querido!

Leandro Neres disse...

Que bela relação de amor que você construiu com tua filha, meu amigo, mto linda a imagem de vcs dois e tuas palavras sobre ela são de emocionar mesmo... E nestes desencontros da vida a gente vai aprendendo a saborear com intensidade cada momento... Importante é manter esse amor, cuidado e carinho de pai!
Gostei mto de ler este post!
Abração!
Leandro